Alô, Gragoatá!

Artesã transforma o lixo em lucro por meio do artesanato

O artesanato, forma tradicional de produção, pode ser considerado arte e uma maneira de sobrevivência

Por Elder Chelque

Se não fosse o artesanato, eu teria morrido de fome” foi assim que, Ivoneide, dona do Empório das Artes Rita Assunção, localizado no centro de Niterói, resumiu a importância do artesanato na vida dela. Utilizando materiais reciclados como jornal, casca de palmeira, brincos, moedas, metais de cinto e lacres de refrigerante cria suas peças de forma sustentável e criativa para vender em sua loja.

Foto 1: Entrada do Empório das Artes Rita Assunção. Reprodução: Arquivo pessoal

Ela diz que teve contato desde cedo com a arte e luta contra a onda de compras e vendas por meio da internet e das grandes franquias de lojas do país.

Ivoneide contou ao “Alô, Gragoatá!” como iniciou a sua história como artesã: “A minha mãe era costureira e para ela poder trabalhar, ao invés de comprar bonecas pra mim, ela comprava telas de tapeçaria para fazermos, coisas assim. Tomei gosto, minhas brincadeiras de criança foram essas. Fazia cartões customizados com o que eu tinha para dar às pessoas no Dia das Mães e no Natal. O artesanato entrou na minha vida como uma brincadeira de criança e se tornou uma profissão”.

Ela conta que, durante um dos seus processos de trabalho, viu a Prefeitura de Niterói cortando uma das arvores do centro e rapidamente foi pedir o tronco. Pagou um profissional para cortar o tronco com uma serra, envernizou e o transformou em relógios, placas decorativas e outros tipos de peça.

Foto 2: Uma das peças do Empório das Artes, feita de casca de palmeira. Reprodução: Arquivo pessoal

Apesar da diversidade de suas peças e de ter uma forma única de arte, Ivoneide relatou como o Empório tem passado por momentos difíceis, principalmente após a pandemia. Ela destacou como durante e após a pandemia as vendas online aumentaram e, como consequência disso, seu horário de funcionamento é reduzido. Normalmente não funciona aos sábados, já que, apenas ela é a gerente, repositora, fornecedora e faxineira.

“No sábado não passa uma alma viva, eu nem abro por ter menos movimento, parece que só existe vida lá do lado do Plaza” relata.

Mesmo com tanta dificuldade ela não desanima, acredita no seu trabalho e na sua arte e acredita na importância de manter essa arte viva: “Acho que eu sou uma sonhadora, não sei se é uma obstinação ou uma teimosia, porque a realidade esfrega outra coisa na cara, manter o Emporio aberto é manter a memória da minha mãe viva, a importância de ter um local como esse para mim, é isso”. Em um desses momentos difíceis, Ivoneide, teve inspiração para criar uma das peças que tem mais significado para ela: “Tem uma peça que tem um significado muito grande pra mim, em um momento difícil para mim me inspirei vendo um pôster na rua e fiquei decidida a estampar aquela imagem em algumas das minhas peças.”

Foto 3: Peça na qual Ivoneide relata ter um significado especial para ela.Reprodução: Arquivo pessoal

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