Alô, Gragoatá!

Corrida na Ponte Rio-Niterói volta após 12 anos e preço da inscrição gera debates entre atletas

Quem vai pagar quinhentos conto entre comer e pagar?” – frase dita pelo Allan Santos, corredor amador sobre o alto custo da inscrição.

O retorno da tradicional corrida na Ponte Rio-Niterói tem gerado debates e atletas amadores expoẽ suas opiniões sobre o preço cobrado para participar do evento.

Por Marcelly Nunes Santos Silva

Foto: Gabriel de Paiva/agência O Globo

Após 12 anos, a tradicional corrida na Ponte Rio-Niterói está de volta. A prova que atravessa a maior ponte do hemisfério sul, será realizada no dia 3 de agosto, com largada em Niterói e chegada no Rio de Janeiro.

Criada em 1981, a corrida na Ponte Rio-Niterói se tornou uma das mais emblemáticas e simbólicas do Brasil. Realizada anualmente até 1986, foi retomada entre 2011 e 2013, com edições marcadas pela emoção e pelo visual da Baía de Guanabara.

O anúncio do retorno movimentou as redes sociais, no entanto, o valor da inscrição — que chega a R$499 mais a taxa de R$49,90 no primeiro lote — gerou críticas de atletas. Muitos consideram o preço alto, especialmente por se tratar de uma prova histórica e que mobiliza corredores de todo o Brasil.

Rodrigo Barbosa, corre há 5 anos e costuma participar frequentemente de corridas de rua. Porém, desta vez, decidiu não se inscrever para participar da prova. O principal motivo: o valor da inscrição.

“Sim, o valor foi o principal motivo de eu não participar da prova. O valor chega a R$500 mais uma taxa de R$50, enquanto o salário mínimo é de R$1.518. Isso não me parece justo”, afirma Rodrigo.

Ele acredita que o preço elevado afasta atletas amadores e corredores de baixa renda, impedindo que mais pessoas possam viver a experiência.

“O valor acaba assustando e afastando os atletas de mais baixas rendas. Para quem tem filho, mora de aluguel e recebe um salário mínimo, é totalmente inviável investir um terço do seu salário em apenas uma única corrida.”

Apesar das críticas, tem quem esteja animado para a prova e não veja problema no preço.

Renata Conde, vai correr pela primeira vez e tem a expectativa alta para a prova. “O custo não impactou na minha decisão, correr na maior ponte da América Latina vai ser uma experiência inesquecível. Eu queria muito ir, mesmo antes de saber o valor,” relata a atleta.

Allan Santos, não deixa de se indignar pelo valor cobrado na corrida: “O valor que cobraram é um absurdo, porque a maioria da galera que corre hoje não é a galera tipo alta renda, a maioria é morador da Zona Oeste, da Zona Norte, da Baixada. Então assim, esse pessoal não consegue ter todo esse valor aquisitivo que eles pedem pra pagar. Quem vai pagar quinhentos conto entre comer e pagar?”.

O valor cobrado na corrida na Ponte Rio-Niterói tem gerado debates entre os atletas evidenciando o desafio de conciliar a complexidade estrutural do evento com a realidade financeira dos participantes. Enquanto parte dos corredores encara a prova como uma oportunidade única, outro grupo critica o preço elevado, que pode restringir a participação principalmente dos atletas amadores e das classes de menor poder aquisitivo. Cabe à organização avaliar essas críticas e buscar soluções que tornem o evento mais inclusivo, sem perder sua grandiosidade.

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