Alô, Gragoatá!

Eventos de comunicação na UFF: bastidores e complexidades de organização 

As edições de 2024 do “Controversas” e do “Mobilize-se” aconteceram com muito sucesso e, também, desafios. 

Por: Júlia Vidal 

O “Controversas”, que realizou em 2024 a sua 18° edição na UFF, é um evento idealizado e conduzido por muitos anos pela professora Larissa Moraes. O seu objetivo é aproximar estudantes do curso de Jornalismo do mercado de trabalho e propor debates sobre a área. 

Juliana Mazoni, aluna do curso de Jornalismo que ajudou na preparação do “Controversas” pela primeira vez, com a recepção dos palestrantes, diz que a única coisa que sabia sobre o evento anteriormente era a oportunidade proporcionada para os estudantes escutarem e aprenderem com jornalistas de diferentes áreas: “É uma forma diferente de aprender, além de você estudar na faculdade, você consegue ver como o jornalismo se desenrola fora das questões acadêmicas”. 

Na sua última edição, entretanto, a organização sofreu alterações, pois a professora Larissa não pôde coordenar o encontro. É o que conta o professor Pedro Henrique, que assumiu a responsabilidade de estruturar o evento em menos de um mês sem ter tido nenhum contato anterior com o “Controversas”: “Sim, foi o primeiro contato. Foi surpreendente, não estava esperando nem um pouco. Nem convite, nem dar conta de organizar. Ser produtor cultural ajudou muito a resolver tudo”. 

Alícia, que cursa Jornalismo e ajudou na produção, emenda: “A gente organizou o evento em menos de 1 mês, sendo que normalmente leva mais ou menos um período letivo para ser organizado, porque geralmente o evento tem 2 dias”. Por conta do período curto, essa edição foi realizada em apenas um dia, além de ter sofrido com uma queda de luz durante a segunda palestra: “Mas isso não abalou a gente, não abalou os palestrantes e eu acho que conseguimos finalizar o evento de uma maneira incrível.” 

O eixo temático das duas mesas da edição de 2024 foram gênero e raça no Jornalismo, que foi trabalhado em conjunto com o projeto de extensão e pesquisa coordenado pela professora Geiza Rodrigues, o “Dissemina”: “Acho que existe essa necessidade, dentro do curso de Jornalismo, já que quando tem disciplina de alguma questão racial os alunos são sempre interessados. E acho que o gênero também é super importante. A gente está falando de um curso que é majoritariamente feminino. Então, se a gente não debater essas duas questões que são tão importantes hoje, quem que vai debater e onde e quando?” Completa Pedro, que também é co-líder do projeto. 

Foto: Júlia Vidal, mostrando as 3 convidadas e mediadoras da mesa sobre gênero. 

Cursando o segundo período de Jornalismo e assistindo pela primeira vez, Pedro Langer destaca a relevância do debate sobre gênero para a sua atuação como futuro profissional na área: “Porque a gente sabe que acontecem várias hostilidades pelo fato de elas serem mulheres, várias situações violentas e desconfortáveis. E entender isso eu acho que é uma peça fundamental para que nós possamos atuar no sentido de evitar que essas hostilidades continuem acontecendo”. 

Buscando também proporcionar situações do mercado de trabalho para os alunos de Comunicação, o “Mobilize-se” é um evento atualmente bienal que acontece desde 2016 promovido pelo LACORPS, um laboratório de investigação no sentido de pesquisa, de comunicação comunitária e publicidade social da qual fazem parte diversos professores, como o Rômulo Corrêa: “É um evento que reúne uma série de mesas, rodas de conversa, e minicursos. Essa edição durou dois dias, 25 e 26 de novembro, e tiveram atividades desde as nove da manhã até às sete da noite. Uma série de assuntos específicos, mas que geralmente envolvem questões, mesas e assuntos  relacionados à comunicação comunitária, à publicidade social e à própria atuação do LACORPS durante esse tempo.” 

Ele destaca como a contribuição dos alunos é essencial para que o evento aconteça e que ao mesmo tempo eles aprendam durante o processo: “Sim, eu acho que tem toda essa parte da própria produção do evento, porque as atividades que envolvem a produção de um evento acadêmico acabam sendo as mesmas, independente das intenções ou da temática que aquele evento acadêmico vai oferecer”.

O professor ainda reforça que os alunos que apenas comparecem levam conhecimentos valiosos:  “Mesmo para os alunos que não participam diretamente, as palestras, os minicursos, as rodas de conversa, oferecem bastante informação e conhecimento”. 

Pedro Langer ainda complementa como a palestra a qual assistiu teve uma importância muito grande no seu entendimento da profissão e da quebra de expectativas quanto a ela: “Eu fiquei pensando no que as palestrantes disseram de que o jornalista é operário da notícia e de que para ser um bom profissional é preciso abdicar de certas coisas, é importante ter esse discernimento pra estar bem preparado para o mercado de trabalho”. 

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