Por Juliana Mazoni
Apesar da praça Leoni Ramos ser protagonista de diversas festas e encontros entre os mais diversos grupos, em razão da falta de conscientização de seus frequentadores sobre o descarte de lixo, a aparência de descaso do local tem sido marca registrada. Mas será que eles são os únicos culpados?
Mais conhecida como “Cantareira”, fazendo jus ao sub-bairro no qual está localizada, a praça Leoni Ramos conta com diversos bares, pubs, quiosques e restaurantes ao seu redor, o que faz com que seja muito frequentada, principalmente por jovens e estudantes da Universidade Federal Fluminense. Apesar de ser um excelente local para encontros e festas universitárias, a praça tem sido vítima de uma negligência com o descarte de lixo após as festividades, que ocorrem principalmente às quintas feiras.
Por mais que a praça seja muito apreciada por esses grupos, poucos são os casos de indivíduos que se preocupam em procurar um local adequado para descartar seu lixo. De acordo com Clara Barbosa, estudante da UFF e frequentadora da praça, o descarte correto não é a primeira coisa que as pessoas pensam. A diversão acaba por ser a prioridade desses grupos, enquanto o descarte de lixo é a última questão a ser pensada. Mas será que se a praça possuísse uma maior quantidade de lixeiras essa ainda seria a realidade?
Segundo alguns trabalhadores da CLIN, Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói, o que mais se retira da praça após as festas são garrafas de bebidas alcoólicas, bitucas de cigarro e copos plásticos. Eles ainda comentam que é necessário fazer a limpeza da praça diariamente, entretanto, afirmam que a quantidade de lixo após as quintas feiras é bem maior.
Apesar do caráter imprudente de determinadas pessoas que frequentam a praça , elas não podem ser consideradas o único motivo do acúmulo abundante de sujeira. “A quantidade de lixeiras não é o suficiente para a quantidade de lixo que se acumula por causa dessas festas”, Flávio Mendonça, comerciante que atua há mais de 25 anos na praça.
Além do comerciante, a estudante e frequentadora Aparecida Victória Ramos ainda acrescenta: “A quantidade de lixo é absurda e o cheiro de urina chega a sufocar em certos pontos, mas não acredito que seja 100% culpa da falta de educação humana. O fato de não ter banheiros químicos em um local festivo e a pouquíssima quantidade de lixeiras na praça também tem sua parcela de culpa.”
De fato, outra grande questão que potencializa o aspecto sujo da praça após as festas é a ausência de banheiros químicos. Sem eles, a maior parte do público recorre aos cantos da praça e proximidades ou é obrigada a pagar uma taxa para utilizar os banheiros de determinados estabelecimentos. Em relação a quantidade de lixeiras, a praça possui apenas 2 unidades para armazenar todo o volume produzido. Uma quantidade insuficiente para comportar todo o lixo da praça.
Por mais que, para muitos, a “festa da sujeira” seja culpa apenas dos frequentadores, é preciso se ter em mente que esse problema não será resolvido apenas pela boa vontade desses indivíduos. É necessária a implementação de uma maior quantidade de lixeiras para facilitar o descarte correto e ainda, a instalação de banheiros químicos.