Alô, Gragoatá!

MAC Niterói mergulha em “Entre Corpos”, mostra que faz do corpo território e memória do artista

Por Áurea Letícia de Carvalho Caxias

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) recebe até 24 de agosto a exposição coletiva “Entre Corpos”, que ocupa o mezanino com obras de artistas em residência no Instituto MECA. A mostra reúne diferentes linguagens como escultura, instalação, pintura, vídeo e performance, com curadoria de Nathalia Grilo.

A proposta da exposição é explorar o corpo para além da sua representação visual, tratando-o como espaço de presença, memória e arte. Cada obra parte da vivência pessoal de seus autores, mas convida o público a se aproximar dessas narrativas por meio de materiais e linguagens diversas. Segundo Nathalia, “cada artista opera numa esfera específica”. Então, é uma exposição que está pautada na diferença mesmo. E a partir dessa diferença entre os artistas, como a reunião dessas obras faz gerar um corpo vivo.”

Entre os artistas participantes estão nomes como Carla Santana, Mariana Rocha, Rayana Rayo, Iagor Peres, Luisen e Gilson Plano. As obras se conectam com temas como ancestralidade, cuidado, identidade e tecnologia, criando uma experiência sensorial para quem visita o espaço. A curadora explica que “quando o visitante chega na exposição, a minha ideia foi que ele adentrasse um corpo interno, as entranhas de um corpo. E de um corpo-máquina, porque o nosso corpo é uma máquina.”

A seleção dos artistas tem uma particularidade: não foi feita pela curadora, mas pelo próprio Instituto MECA, responsável por oferecer a residência artística. “Esses artistas passaram um tempo ali naquele espaço, cada um no seu ateliê, criando essas obras que foram para a exposição. Então, os próprios artistas tiveram essa autonomia de escolher as obras que queriam expor. E eu tive o trabalho de criar uma narrativa em torno dessas obras e um conceito para a exposição”, comenta Nathalia.

A ambientação da mostra também foi pensada para provocar os sentidos. Luz vermelha e sons ambientes colaboram para essa imersão. “Por isso aquela cor avermelhada, por isso o ruído que são os ruídos da obra sonora do Pedro. Esses sons foram colhidos dentro do estaleiro e simulam também o ruído uterino, o ruído do corpo dessa grande máquina que a gente carrega”, detalha a curadora.

Para o estudante Guilherme Viana, que esteve na exposição, a visita foi marcante. “A gente se move entre obras que parecem conversar com o espaço. Vemos o artista enquanto corpo”, conta.

A visitação é gratuita às quartas-feiras e também para moradores de Niterói, estudantes da rede pública, pessoas com deficiência e ciclistas. Nos demais dias, os ingressos custam R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia). O museu funciona de terça a domingo, das 10h às 18h.

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