Alô, Gragoatá!

O Macquinho como palco para projetos sociais

O Centro Cultural do Morro do Palácio irá retomar diversas atividades gratuitas de formação, lazer e cultura.

Por Sara Salbert

Centro Cultural de Cidadania e Economia Criativa – Macquinho.Reprodução: Agência de Notícias das Favelas

O Centro Cultural de Cidadania e Economia Criativa, apelidado de Macquinho, é sede de diversos projetos sociais voltados principalmente para os moradores do Morro do Palácio e, através de um “edital de retomada”, pretende resgatar algumas de suas atividades que haviam sido interrompidas nos últimos anos. Reforço escolar, sala de informática, estúdio de gravação, colônia de férias, aula de fotografia, aula de edição de música e de DJ são alguns exemplos de atividades que voltarão a ser oferecidas gratuitamente pelo Macquinho após o término das reformas do espaço, previsto para agosto deste ano. No momento, estão abertas ao público as exposições, o cinema comunitário, o samba Dandara e algumas outras programações temáticas. 

Projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 2008, o espaço cultural foi o primeiro prédio público do arquiteto em uma favela e fica localizado quase em frente ao Museu de Arte Contemporânea (MAC), numa área de contraste entre condomínios luxuosos e a comunidade onde está inserido. O local tem previsão de ser reinaugurado após o término das reformas.

A criação de um espaço cultural público em uma comunidade, se bem administrado, pode melhorar significativamente a qualidade de vida de seus moradores. Um exemplo disso é o fotógrafo Josemias Moreira, que trabalhou na construção do prédio, foi aluno do local e, atualmente, é responsável pela Arte e Cidadania do espaço cultural e pela ligação direta entre o Macquinho e a comunidade. As aulas e oficinas gratuitas do Centro Cultural proporcionam aos moradores da comunidade uma oportunidade única de se profissionalizar no meio artístico. “Aprendi a fotografar aqui no Macquinho e hoje estou com exposição fora do Brasil.”, conta Josemias. A estrutura do local é essencial para que esses projetos aconteçam e conta com materiais de apoio para muitas pessoas que não possuem essa estrutura em suas próprias casas, desde materiais escolares até cabine de gravação profissional.

Sala de aula no Macquinho.Reprodução: Arquivo pessoal

A atual gestora do espaço, Walkíria Nictheroy, é a primeira moradora do Morro do Palácio a ocupar este cargo e, com essa representatividade no comando, os moradores da comunidade passaram a fazer maior uso do local. “Ela pensa na comunidade porque é algo que é dela. Então, se o Macquinho está ruim, vai ficar ruim para a comunidade e, como ela é moradora da comunidade, vai ficar ruim para ela também”, disse Josemias.

O Centro Cultural, além de gerar empregos na favela, serve como rede de apoio em muitas situações, como para os pais que precisam trabalhar durante as férias e recorrem à colônia de férias do local, que acontece a cada 6 meses, para deixar seus filhos. Por isso, os períodos nos quais o espaço permaneceu fechado, afetaram diretamente a vida de muitas pessoas e, com a retomada de tantas atividades, cria-se um leque de oportunidades para um público amplo.

Entrada do Macquinho pelo Morro do Palácio.Reprodução: Arquivo pessoal

Para acompanhar a programação, realizar uma visita guiada ou participar de alguma atividade no Macquinho, siga e entre em contato pela página do Instagram, @macquinho.cultural. 

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