Revitalização do Centro de Niterói, promessas de uma melhora para a infraestrutura urbana e a mobilidade dos frequentadores.
Por Ana Clara Cavalcante
No Centro de Niterói, surgem ciclovias, bicicletários, faixas exclusivas para ônibus e calçadas mais largas. Mas o cenário ainda é de trânsito travado, confuso e caótico, buracos no asfalto, pouca iluminação e ausência de áreas verdes.
Revitalizar Niterói é uma promessa feita em 2022 pela prefeitura em comemoraçãoaos 450 anos da cidade. Mais especificamente a revitalização do Centro da cidade busca trazer mais infraestrutura, qualidade de vida e desenvolvimento para a região, segundo o próprio Instagram da prefeitura. Nos últimos meses, diversas intervenções começaram a transformar as ruas: ciclovias foram implantadas, calçadas alargadas, faixas exclusivas para ônibus desenhadas e bicicletários instalados. Tudo isso com a intenção de tornar o trânsito mais fluido e oferecer alternativas sustentáveis para quem circula pelo centro.
Entretanto, apesar das melhorias, alguns problemas tendem a persistir, como o congestionamento, criando um clima de estresse para quem passa pela região, má iluminação, principalmente no caminho paras barcas, causando insegurança, ausência de áreas verdes, gerando um calor excessivo e buracos no pavimento. Sendo assim, as obras que ainda estão em andamento revelam uma realidade que mescla avanços e dificuldades, deixando no ar a dúvida sobre quando as melhorias prometidas se tornarão uma rotina para a população.
Para quem tem o Centro de Niterói no seu cotidiano, as obras têm causado impacto direto e nem sempre positivo.
Um dos pontos de insatisfação é o deslocamento. Embora haja relatos de trajetos mais rápidos graças às ciclovias, os semáforos demorados e o intenso fluxo de carros comprometem a agilidade no trânsito. “Os trajetos, em função das ciclovias são bem rápidos. O que demora é o tempo em semáforos para travessia de avenidas com intenso fluxo de carros.” Conta um entrevistado.
Situações de risco também foram registradas durante as intervenções. Devido a obra na ciclovia do início da Amaral Peixoto, o fluxo de bicicletas foi deslocado para um terreno não apropriado, fazendo com que os ciclistas preferissem o trajeto pela rua causando riscos para eles.
Na busca por melhorias no visual da cidade, insatisfações foram geradas. A troca por pedras portuguesas na calçada gerou inconformação e alegações de que caso as pedras se soltassem, traria riscos para crianças e idosos fazendo-os tropeçar nos buracos e a pedra poderia ser até mesmo utilizada de arma. Ademais, as palmeiras plantadas causaram incontentamento, pois elas não fazem sombra deixando o ambiente mais quente.
Além disso, há ainda um clima de insegurança que se intensifica em determinados horários e locais. A falta de iluminação em áreas próximas às Barcas e ao bicicletário tem deixado os usuários apreensivos, especialmente à noite. “mais perto da água é bem escuro e deserto, já que a tendência é as pessoas não passarem por ali no seu fluxo normal. Isso pode ser perigoso, já que é uma área deserta, mal iluminada”, disse um entrevistado.
A expectativa é de melhorias para o Centro de Niterói, nas áreas de embarque e desembarque das barcas, na mobilidade urbana, principalmente no que se diz respeito as opções sustentáveis e mais ciclovias para bicicletas.
Assim, o que se vê é que as obras, embora avancem em alguns aspectos, ainda são insuficientes — principalmente por falhas no planejamento urbano, que comprometem a efetividade das intervenções.