Alô, Gragoatá!

Série nacional é gravada na Faculdade de Direito da UFF

Se você é universitário e já se imaginou envolto em gravações de uma série nacional, saiba que isso aconteceu com os alunos de direito da UFF

Por: Ana Caroline Oliveira

Foto: Ana Caroline Oliveira

No início do mês de outubro, o prédio de Direito da Universidade Federal Fluminense, localizado no bairro do Ingá, Niterói, recebeu parte das gravações da série nacional “Ângela Diniz: O Crime da Praia dos Ossos”, produzida pelos estúdios da HBO no Brasil. A série em questão é baseada em um importante caso criminal no país, o da famosa socialite Ângela Diniz, vítima fatal de um ataque a tiros realizado por seu próprio marido em 1976. 

A inspiração para dar vida a essa história marcante foi o grande sucesso do podcast “Praia dos Ossos”, produzido pela Rádio Novelo, que despertou o interesse do público mais jovem que ainda não conhecia o caso. Esse mesmo fenômeno aconteceu durante as gravações na Faculdade de Direito da UFF, uma vez que a curiosidade dos alunos pelo conteúdo da série foi aflorada, além de gerar uma animação por conta da possibilidade de ver o seu ambiente de estudos nas grandes telas e por toda a internet.

De acordo com testemunhas, as gravações no prédio se estenderam por quatro dias, todavia a equipe cinematográfica precisou de mais um dia para retirar os seus equipamentos e entregar o espaço em perfeitas condições. Durante esse período, para que a ordem fosse preservada dentro das instalações, houve um remanejamento de aulas e salas para que a vida acadêmica dos alunos não fosse prejudicada. Assim, algumas aulas optativas foram para o campo digital, enquanto algumas obrigatórias foram direcionadas ao outro campus de Direito da UFF, também localizado no bairro do Ingá. 

De acordo com um funcionário do departamento, que preferiu não ser identificado, a oportunidade de realização das filmagens se deu por conta da estética presente no edifício e de sua estrutura clássica. O Salão Nobre, que foi a parte do prédio em foco nas gravações, conta com uma bela arquitetura que agrega na trama contada pela série. Assim, para que as gravações pudessem ser realizadas no prédio público, houve um acordo entre a Universidade Federal Fluminense e a plataforma de streaming, em que a UFF recebeu 26 mil reais em recursos materiais. Uma vez que o orçamento da universidade para bens de capital é zerado, nesse acordo o prédio ganhou: suportes de TV, materiais de audiovisual, persiana para as salas e o salão nobre, microondas, caixas de som, microfone e câmeras. Tudo isso  com o intuito de melhorar e ampliar as atividades acadêmicas da instituição, fornecendo um lugar mais preparado para os alunos. 

Segundo o ponto de vista do funcionário, todo o processo ocorreu de forma muito tranquila e as funções dos trabalhadores não foram sobrecarregadas por conta das gravações. Além de destacar o bom comportamento de todos os presentes no prédio, houve a curiosidade para ver os atores lá presentes, Emílio Dantas e Antônio Fagundes, mas nada fora do limite. 

Também foi feito contato com uma aluna de direito, que preferiu manter o anonimato. Para ela, a notícia chegou através de um aviso feito em aula pelo professor, falando que iriam ter pequenas mudanças na rotina, pois o prédio receberia gravações cinematográficas. De acordo com a aluna, as gravações não foram um problema para o dia-a-dia, mas sim uma novidade, já que não é todo dia que isso acontece na vida de um estudante. No entanto, o assunto não foi unânime entre alunos e, principalmente, entre os professores, uma vez que uns acreditavam que esse evento poderia trazer bons retornos e visibilidade para a universidade, já outros achavam a sua ocorrência desnecessária.

Para a aluna de direito, o único problema a constatar durante os dias de gravações foi a falta de transparência da secretaria do departamento com os estudantes, visto que as informações sobre o evento foram transmitidas por terceiros e, durante a troca de salas, eles não falaram a motivação da mudança.

Durante as duas entrevistas, o sentimento de animação com o lançamento da série estava presente. O funcionário e a estudante disseram estarem felizes com a ideia de ver o ambiente no qual eles frequentam todos os dias ser representado em uma importante série nacional. Além de destacarem ser gratificante ver um prédio público que enfrenta problemas durante toda a sua história ganhar tamanho reconhecimento e visibilidade, eles demonstraram estarem bem ansiosos com o lançamento. A aluna ainda destaca que a série é a junção entre o que ela estuda e vivencia dentro do curso de direito, em relação às questões jurídicas abordadas pela a trama, além de a história se passar onde ela de fato estuda esses tópicos. “Estou muito ansiosa, não só pela UFF, mas também pela UFF. Além do que ela [a série] representa para o Direito e para as discussões atuais”, disse a aluna.

Escrita por Elena Soárez e dirigida por  Andrucha Waddington, a série “Ângela Diniz: O Crime da Praia dos Ossos ainda não tem previsão para sua data de lançamento, mas já estão disponíveis importantes informações sobre ela, como por exemplo: o elenco, a quantidade de 6 episódios e que suas gravações já chegaram ao fim. Agora é só esperar para ver a Universidade Federal Fluminense nas grandes telas! 

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