Alô, Gragoatá!

A arte que está em todo lugar

O que leva um artista a se apresentar nas ruas?

Por Evelyn Saminey

Artista tocando violino

Reprodução: Freepik

É muito comum andar pelas ruas de Niterói – principalmente no centro – e esbarrar em artistas realizando suas performances. Mas, você já parou para pensar o que leva uma pessoa a mostrar seu talento pública e abertamente nas ruas?

Apesar de Niterói ser uma cidade repleta de espaços voltados especificamente para a cultura, como teatros e museus, ela também pode ser encontrada em todos os lugares. Seja em forma de pinturas e pichações nas ruas, ou através de pessoas que vendem acessórios feitos à mão, essa arte está muito presente no dia a dia do niteroiense.

Raquel (24), que se apresenta nas ruas de Niterói e São Gonçalo com seu violino, está desempregada há 2 anos e conta com as “gorjetas” após suas apresentações e com suas pequenas performances em eventos para se sustentar. “Minha maior dificuldade é não poder contar com o dia de amanhã. Eu tenho um ganho em um dia e posso não ter no outro; não tenho uma renda fixa, moro com minha mãe, que está em processo de aposentadoria, mas não posso contar apenas com o dinheiro dela.”, explicou Raquel sobre seus obstáculos.

Uma coisa que é possível notar sobre esses artistas é que eles estão, em sua maioria, desempregados e têm uma instabilidade de renda diária. A apresentação livre em espaços públicos, no Rio de Janeiro, só foi totalmente liberada em 2012, através da “Lei do Artista de rua”, mas o decreto só veio a partir de 2016.

Entretanto, há pessoas que fazem isso por puro entretenimento e para frisar o valor cultural e o papel que a arte pública tem na sociedade. Quando comentado sobre isso, Raquel ressaltou a importância da arte no cotidiano das pessoas e que podia chegar a ser impossível viver sem ela: “É muito bom poder apresentar as melodias que saem do meu violino sem me preocupar com o dia de amanhã. Eu gosto de tocar o violino porque me traz paz, me leva pra um mundo diferente, me envolve numa bolha onde só tem eu, o violino e a melodia.”

O artista de rua não necessita de muita coisa, além de disposição e da própria rua, para expressar sua forma mais pura de arte. Mesmo que muitas pessoas os ignorem, basta que uma pare, elogie e preste atenção, para que seus dias valham a pena.

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