Alô, Gragoatá!

Nei Lopes faz tributo ao samba com sua ‘Academia de Letras’

O sambista mostra o melhor do seu repertório em apresentação no evento ‘Interculturalidades – Inventação’ no Centro de Artes da UFF

Por Pedro César

Cartaz do show Nei Lopes no 13º Interculturalidades – Inventação (2023) – Reprodução: Instagram Centro de Artes UFF

A noite de 28 de setembro estava propícia para o samba em Icaraí. O Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense estava com uma grande fila de espectadores para prestigiar o espetáculo “Academia de Letras” de Nei Lopes. O sambista era uma das principais atrações do 13° Interculturalidades – Inventação. O evento organizado pela parceria entre a Universidade Federal Fluminense e a Fundação Arte de Niterói tinha como objetivo celebrar a cultura brasileira e promoveu múltiplas formas de expressão, como shows, apresentações teatrais e oficinas de artes. 

Eduarda de Paula, membro da equipe de produção do Interculturalidades, e estudante de Produção Cultural da UFF, comentou sobre a realização de eventos culturais como este para na cidade: “É de extrema importância eventos como o Interculturalidades para a cultura de Niterói. É um evento que traz questões do novo, se encontrando com a tradição. A gente tem artistas de grande renome da música brasileira junto a artistas novos.”

Um desses artistas importantes presente no festival é Nei Lopes. Compositor, cantor e escritor, Nei tem mais de 50 anos de carreira e é considerado um dos grandes nomes do samba no país. A apresentação contou com um repertório recheado de grandes canções, como: “Morrendo de Saudade”, “Samba do Irajá”, “E Eu Não Fui Convidado” e “Senhora Liberdade”. 

Nei Lopes se apresentando no Teatro da UFF – Foto: Eduarda Suzano

Um dos principais destaques do show foi a mistura do samba com alguns elementos do jazz, trazendo uma elegância nata para as músicas do repertório. A espectadora Patrícia Góes, que conhece o legado do sambista de longa data, disse “Nei Lopes sabe muito bem o que faz, ele respeita muito a música brasileira, o samba, e o que vimos no palco foi uma sofisticação da africanidade brasileira na música”. 

Nei Lopes e banda se despedindo do público – Foto: Eduarda Suzano

Outro destaque da apresentação foi a interação com a plateia, que foi contagiada pelas canções do músico e acompanhou quase todas as canções, com palmas, coro e sorrisos dos mais sinceros. A performance de Nei ficou marcada não somente pelas músicas do próprio repertório e colaborações com outros sambistas, mas também pelas histórias contadas no intervalo entre as faixas, homenageando outros grandes do samba como Arlindo Cruz, Dona Ivone Lara e Beth Carvalho e até arrancando algumas risadas do público. A Academia de Letras foi um espetáculo à parte do Interculturalidades. A apresentação no Teatro da UFF pode ser considerada um grande tributo ao samba, apresentando as músicas do gênero para um novo público e presenteando aos que já conhecem o repertório de Nei Lopes. 

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