O ambicioso projeto que conta com um jogador ex-Vasco vê no Parque Poliesportivo da Concha Acústica uma peça fundamental para o sucesso do clube
Por Renato Lima
“A nossa meta é conseguir o acesso nessa temporada e em 2026 estar jogando alguma competição de nível nacional”, relata André Luiz Silva, presidente em exercício do clube, o qual está de cara completamente nova. Fundado em 1913, a instituição centenária campeã do Campeonato Fluminense de 1918 e do Torneio Niteroiense de 1937, mudou de nome – deixando de lado a antiga nomeclatura “Nictheroyense” – e de cor, predominando o azul e branco no lugar da junção entre vermelho, preto e azul. O histórico clube vai herdar a vaga do Atlético Carioca na Série C, o equivalente à 5ª divisão do Campeonato Carioca, uma vez que a partir de agora esse time passará à compor as categorias de base do Niteroiense.
O clube que recomeçou apenas com recursos próprios e com os investimentos de seus gestores já deu início à venda de produtos oficiais do time em prol de uma maior proximidade e apoio dos torcedores niteroienses em seus jogos na busca da classificação para a Série B2. E parece que o começo desse investimento já é motivo de observação pelo mercado, já que o clube recebeu uma proposta de R$ 1 milhão para virar SAF por parte de uma empresa esportiva privada. Porém, a proposta foi recusada pelos gerentes da instituição da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Na luta para atingir o objetivo do acesso, o Niteroiense teve que montar um elenco do zero, algo que fez com que diversas peneiras fossem feitas ao redor da cidade e em São Gonçalo à procura de jogadores entre 18 e 22 anos. Um ponto importante que torna essas seleções de jogadores tão essencial é o fato de a competição estadual ser do formato sub-23, e desse modo, apenas aceitar 5 jogadores acima de 23 anos. E é ai que o papel dos jogadores mais experientes fazem a diferença, o que é refletido principalmente na figura do meio campo Bruno Gallo,ex-Vasco da Gama, o qual consegue trazer uma visão de futebol mais ampla e ajuda na formação de garotos que ainda vão estrear na categoria profissional:“Durante nossas conversas, ele sempre mostrou estar muito empolgado com o projeto e frisava que como ele havia começado em Niterói, também queria terminar em Niterói, e que nada era melhor do que jogar em um time com o nome de sua cidade.”, conta o presidente André sobre os bastidores dessa contratação.
Além das inúmeras novidades anunciadas acima, o principal aliado para esse projeto é o uso das instalações do Parque Poliesportivo da Concha Acústica, a qual importância vai muito além do resultado dentro das 4 linhas. No que se refere ao Niteroiense, a Concha é vista como palco ideal para a realização com sucesso do planejamento do time. Mesmo ainda com algumas estruturas em obras, grande parte desse espaço poliesportivo já está sendo utilizado pelo clube e por diversos projetos sociais apoiados pela Prefeitura, os quais são observados em esportes como futebol, futevôlei, tênis, circuito, vôlei, basquete, contando ainda com a ajuda da pista de caminhada ou de corrida.
Para começar, o gramado sintético do campo desse espaço se destaca por seu alto nível. Ele conseguiu ser o único dessa região a ser reconhecido pela Fifa por suas medidas e qualidade ideal, após uma equipe de um laboratório francês contratado pela entidade visitar o local. Equipamentos de última geração foram os meios utilizados para realizar testes de nivelamento e de pressão do gramado, além de outras nuances que garantam que nenhuma lesão seja causada por esse tipo de grama.
Mas não é só o campo que é utilizado pelo time da cidade. Além de todos os treinos serem nesse gramado de alto nível, a parte de preparação física do elenco do Niteroiense também é feita na caixa de areia, onde se é praticado o futevôlei e o vôlei de praia, juntamente com alguns equipamentos que são disponibilizados na Concha. Devido às obras que ainda ocorrem no local, a aprovação do pedido feito pelo clube para jogar nesse campo ainda depende das respostas do laudos dos bombeiros e dos médicos, o que o clube tem a esperança de receber antes do início do campeonato. E para a utilização do campo da Concha Poliesportiva, a nomenclatura do estádio também deveria ser escolhida, e com isso, o favorito para essa seleção seria o nome de Jair Marinho, ex-lateral nascido na cidade e que fez parte do grupo campeão da Copa do Mundo de 1962.
O famoso Estádio Caio Martins também era uma opção, mas diante de um imbróglio com o governo do Estado e com diversos problemas oriundo do abandono que o local sofre, os laudos também não chegariam a tempo do campeonato. Caso esses pontos acabem não saindo como desejado até os dias que antecedem a Série C, a alternativa utilizada pode ser jogar no campo Romário de Souza Faria, conhecido como Marrentão, em Duque de Caxias.
Os recursos oferecidos por esse espaço poliesportivo não vão parar por ai. Segundo o Secretário de Esportes e Lazer da cidade, Rubens Goulart, a Prefeitura ainda promete um ginásio para 2200 pessoas, climatizado, com água de reuso e piscina de 25 metros. A previsão para a conclusão do complexo esportivo por inteiro é por volta do final de 2025, apesar de diversos meios já estarem sendo utilizados por todos os moradores, principalmente crianças de projetos sociais, não só da cidade como de regiões onde tecnologias observadas na Concha não são presentes.
Com menos de 1 mês para o ínicio dessa caminhada rumo ao acesso e com o otimismo de 3 vitórias (contra o Atlético Carioca, Caac Brasil e Porto Real) e apenas 1 derrota (contra a Saferj) nos jogos de pré-temporada, o Niteroiense agora carrega a esperança de jovens jogadores que farão de tudo a partir do dia 12 de maio- com tranmissão ao vivo no canal da Niteroiense Tv no Youtube- para que essas metas se tornem realidade e assim os meninos que hoje começam a dar seus primeiros passoas nas outras estruturas do Parque Poliesportivo, possam ser os responsáveis no futuro por manter o Niteroiense FC na elite do futebol carioca.