Henrique Dias Amorim, atual designer gráfico da ALOB Sports, fala sobre o processo de criação do seu projeto acadêmico de sucesso, “Entrelinhas”, e incentiva universitários a criarem novas produções
Por Fernanda Gondim
Divulgação de mídias digitais oficiais do Entrelinhas: Pedro Certezas, palestrante convidado, com ouvintes no evento no Interartes – Reprodução: internet
A produção de eventos, a participação em oficinas e a realização de festivais são alguns dos exemplos de projetos que enriquecem a trajetória acadêmica de qualquer aluno e o tornam mais preparado para entrar no mercado de trabalho. Para Henrique Dias Amorim, profissional com passagens pela ESPN e Fox Sports, formado em Publicidade e Propaganda pela UFF, um bom universitário é aquele que entende a necessidade de explorar as oportunidades que estar inserido em um ambiente universitário oferece. A caminhada acadêmica deve ir além dos livros e salas de aula e expandir-se para palestras, mesas redondas, experiências práticas e projetos de extensão.
Quando o assunto é a criação de projetos de iniciativa independente, os universitários costumam esbarrar em um mesmo obstáculo: a carência de informações. A falta de orientação institucional e pedagógica que incentive a expansão das experiências práticas encarcera os estudantes em uma espécie de “aprendizagem passiva”, uma vez que não lhes são concedidos meios que propiciem a realização de projetos como o “Entrelinhas”. Então cabem as perguntas: Por onde começar? E que caminhos seguir?
Como resposta, o fundador do Entrelinhas, Henrique Amorim, falou sobre o processo de criação, produção e execução do projeto acadêmico que democratizou e aproximou estudantes de comunicação da UFF a profissionais de sucesso na área esportiva como Domitila Becker, repórter do SportTv e Pedro Certezas do antigo Esporte Interativo (atual TNT Sports).
Fundadores do Entrelinhas – Foto: Acervo pessoal
O Entrelinhas foi um projeto comercial fundado em 2018 por alunos dos cursos de Publicidade e Jornalismo da UFF, a partir da necessidade enxergada por eles de democratizar e ampliar a oferta de palestras gratuitas voltadas ao mercado esportivo. Apesar do evento ter sido um sucesso, Henrique, responsável pela criação da identidade visual do Entrelinhas, afirma que ele e os outros fundadores não sabiam qual caminho seguir, assim como a maioria dos alunos da faculdade.
“A ideia surgiu em uma mesa de bar, então, de início, estávamos um pouco perdidos. Precisamos pedir ajuda aos professores que estavam envolvidos em projetos de extensão como o Vitamina e o Controversas. Pedimos um guia de como realizar o evento e eles ajudaram” disse Henrique sobre o início tortuoso do Entrelinhas.
Henrique Amorim – Reprodução: Arquivo pessoal
Quando perguntado sobre o apoio oferecido pela UFF, Henrique disse: “conseguimos negociar com a coordenação dos cursos pra que o Entrelinhas contabilizasse horas de matéria eletiva, tanto para nós que estávamos produzindo o evento, quanto para quem assistiu as palestras. Isso foi um grande incentivo e tornou o evento muito mais atrativo aos alunos.”
O aporte financeiro do evento foi feito a partir da venda de rifas de réplicas retrô de camisas de futebol que foram doadas pelo próprio dono da loja, em troca de divulgação. O designer explicou ainda que “os custos básicos do evento com o transporte dos palestrantes e o coffee break foram supridos pela venda das rifas. Não houve custo com o espaço, usamos o Interartes do Casarão. Já os palestrantes se sensibilizaram com a iniciativa e participaram de forma voluntária, contaram apenas com ajuda de custo da organização”.
Por fim, Henrique deixa mensagens otimistas e incentiva os jovens a retomarem o Entrelinhas e criarem novos projetos: “O Entrelinhas não é um evento exclusivo nosso. Pra ele voltar à ativa basta querer. As portas estão abertas e será um prazer passar esse bastão para um novo grupo de alunos”.