Alô, Gragoatá!

CAIO MARTINS: ENTENDA A OBRA DO ESTÁDIO QUE JÁ FOI ATÉ MESMO UMA PRISÃO 

A prefeitura de Niterói anunciou a criação de um reservatório no local do campo.

Por João Pedro Muniz

A obra de drenagem que irá ocorrer no Estádio Caio Martins gerou uma discussão muito maior do que apenas a logística. Devido ao valor imaterial do estádio, parte da população alega que a construção de um reservatório seria um desrespeito com um patrimônio cultural da cidade de Niterói. A intervenção será feita pela própria prefeitura junto ao governo do estado, que buscam a construção de seis quilômetros de redes de macrodrenagem com o objetivo de acabar com alagamentos crônicos na zona sul da cidade.

A estrutura do estádio também é um risco para além das chuvas, visto que, parte da arquibancada, na rua Presidente Backer, possui ferros expostos e causam medo em quem passa pelo local.

O Caio Martins, localizado em Niterói, possui uma história rica, não só para o futebol, mas também para a política brasileira. Inaugurado em 1939, o estádio foi construído para atender às necessidades da comunidade local. Durante décadas, o campo foi palco de jogos emocionantes, conquistas e momentos inesquecíveis, consolidando-se como um espaço de tradição e paixão pelo esporte. Entretanto, também foi marcante para um dos piores momentos da história brasileira: o estádio foi utilizado como prisão política durante a ditadura e algumas de suas instalações se tornaram salas de tortura.  

No entanto, nos últimos 18 anos, o estádio enfrentou um processo de abandono e deterioração, decorrente da concessão do Estádio Olímpico Nilton Santos, ao Clube de Regatas do Botafogo, que passou a realizar no estádio, popularmente conhecido como Engenhão, suas partidas como mandante em diversas competições. Diante disso, o historiador André Diniz afirma que, devido a situação dos clubes cariocas e seus respectivos estádios, o Caio Martins deixa de ter utilidade condizente com o seu tamanho e, uma obra que resolve um problema crônico da cidade, seria de muita valia para a comunidade. 

Além disso, quando perguntadas, as secretarias de esporte e lazer do estado e do município, ressaltaram que o Complexo Esportivo Caio Martins está em pleno funcionamento, oferecendo atividades esportivas para cerca de 2 mil alunos. Desse modo, o ginásio, a piscina e as demais instalações não seriam afetadas. Esse posicionamento se relaciona com outra fala do historiador, que destaca que o ideal seria que o complexo tivesse uma função de segurança pública e uma função esportiva. 

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