Alô, Gragoatá!

MAC Niterói recebe mostra “Inverso – sobre o infinito em nós” explorando o infinito por meio da arte, da ancestralidade e dos afetos

Por Leonardo Azevedo

Qual a nossa concepção de infinito cósmico? Pensamos que é uma ideia que escapa à compreensão plena — não se mede, não se encerra, não se explica. É presença e ausência, expansão, explosão de luz e sobretudo memória e afeto. Através da exploração dessas mensagens temos a exposição “Inverso – sobre o infinito em nós“, criado pelo grupo social Coletivo Plural, que está presente no Museu de Arte Contemporânea de Niterói. 

O grupo Coletivo Plural, composto pelos artistas Lê Briones, Wil Catarina, Veruska Bahiense e Bê Sancho, propôs um olhar mais universal acerca de nossa ancestralidade comum, em tempos de superficialidade das relações contemporâneas exploram a conexão com seus eus internos. O curador Bê Sancho explica que escolha das obras se deu pelo tamanho e uso das cores, visando chegar num ponto em que as obras unidas pudessem apresentar com potência a dimensão coletiva do trabalho.

A mostra conta com quatro setores principais, a explosão da luz e sua expansão do universo, o prisma das cores à gênese da vida, a dos quatro elementos e das memórias e afetos. A mais marcante para a professora de Filosofia Cláudia Martins foi a parte da explosão cósmica intitulada “Inverso 1” de Bê Sancho. “Teve uma pintura de Sancho que me fez parar por vários minutos. Artisticamente tão bem trabalhada, o uso do branco e sombreados. Me senti vendo o universo e toda sua imensidão galática”.

Obra “Inverso 1” citada por Cláudia Martins. Foto: Leonardo Azevedo

Ao percorrer a exposição, o visitante embarca em uma travessia que vai além da estética: é uma viagem interior. As obras se apresentam como portais — silenciosos, mas potentes — que provocam a reflexão sobre os limites do universo e de nós mesmos. Onde termina o mundo visível e começa o que sentimos?

Parte que presenciamos os quatro elementos: água, ar, terra e fogo. Foto: Leonardo Azevedo
Obra “Menina tocando tambor”, de Bê Sancho. Foto: Leonardo Azevedo

No canto final da exposição temos um espaço interativo para escrevermos uma mensagem poética para o universo e outros visitantes. A estudante Eduarda Teixeira menciona a importância de deixar um recado, tanto para a divulgação quanto para que mais pessoas visitem, além de botar em palavras pensamentos gerados com a totalidade da mostra.

Parte interativa da exposição com o público visitante. Foto: Leonardo Azevedo

A exposição do grupo Coletivo Plural segue aberta ao público até o dia 1º de junho, na varanda do MAC Niterói, reunindo arte, filosofia e sensibilidade sob a curadoria de Bê Sancho. E talvez, ali, diante do horizonte da Baía de Guanabara, o visitante perceba: o infinito também mora em nós.

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