Alô, Gragoatá!

Prevenção ao suicídio para além do “Setembro Amarelo”

UFF organiza palestra visando identificar e prevenir comportamentos suicidas.

Por: Ana Clara Sant’Anna
 

Banner do evento: chamada para participação

Você já passou por aquela situação em que um amigo ou parente se encontrava em uma profunda depressão, colocando sua vida em risco e você não sabia o que fazer para ajudar? No dia 28 de setembro, durante o conhecido mês de prevenção ao suicídio, houve o evento online “Setembro Amarelo – Comportamento Suicida: Identificação e Prevenção”, organizado por Fernanda Pimentel Pessanha, psicóloga da Divisão de Promoção e Vigilância em Saúde (DPVS), e por Fernanda Klein, diretora da DPVS, que buscou inteirar o público sobre como identificar e agir nestas situações. 
A palestra foi transmitida de maneira remota, pelo Youtube, e visava não só alcançar pessoas em sofrimento e incentivá-las a procurar ajuda, como também a conscientizar as pessoas em volta como agentes de prevenção. O evento contou com a presença de Max Luiz de Carvalho, médico psiquiatra formado pela UFF e professor regular na UERJ, e Alan Teixeira Lima, psicólogo clínico graduado pela UFF e coordenador da SPA, como os dois palestrantes da noite. 
Max Carvalho iniciou a palestra apresentando por meio de slides a origem do conceito de suicídio. O professor contou como os primeiros relatos sobre tal ato foram apresentados não por meio da psicologia ou psiquiatria, mas por meio da literatura e da filosofia. Ele também contou rapidamente sobre a visão de diversas religiões sobre o suicídio.
A partir de então, Carvalho passou a relatar sobre a magnitude do suicídio no Brasil. Por meio de dados, o psiquiatra demonstrou que, em média, a cada 45 segundos, um suicídio acontece no Brasil. Ele também apresentou dados que caracterizam a parte da população mais vulnerável a cometer tal ato: homens tendem a cometer mais suicídio do que mulheres. Há também uma maior tendência entre aqueles que vivem em cidades de pequeno e médio porte e que estão com mais de 70 anos. No entanto, nos últimos anos, a taxa de suicídio vem crescendo entre jovens.

Professor Max Carvalho palestrando remotamente com slides.

Logo em seguida, o professor explicitou as principais fontes e causas para esta tendência. A depressão foi repetidamente indicada por ele como uma causa, mas não apenas ela, havendo outras como o transtorno bipolar e o transtorno de personalidade borderline. Álcool e drogas também fazem parte deste quadro.  
Carvalho finalizou sua apresentação dando espaço ao psicólogo Alan Teixeira, que deu início ao tópico de prevenção. Ele deu enfoque ao efeito papageno como a melhor forma de prevenção. Esse efeito consiste na divulgação adequada de informações voltadas à prevenção, resultando em uma diminuição no número de suicídios.  
Já no final do evento, ambos os palestrantes se juntaram para responder perguntas do público. Alan Lima respondeu uma pergunta que questionava o surgimento do Setembro Amarelo, sua resposta se ligou muito ao efeito papageno que explicou anteriormente. “Foi criado o Setembro Amarelo num sentido de fazer com que esse tema tabu na sociedade possa ser discutido e ampliado e não calado. Justamente para fazer com que as pessoas possam falar aquilo que estão sentido, ao invés de passar ao ato.” respondeu o psicólogo.
Em uma oportunidade de entrevista, Fernanda Pessanha contou sua perspectiva sobre a campanha Setembro Amarelo. “É muito importante a gente tá falando sobre o Setembro Amarelo. […] Mas acredito que tem se dado muita importância só ao Setembro Amarelo. Eu percebo que ‘vamos esquecer a saúde mental o ano inteiro e em Setembro falar sobre, porque tá todo mundo falando do Setembro Amarelo e a gente precisa falar’ e às vezes é o único momento que paramos para pensar em alguma coisa do tipo. Então eu acho que se a gente olhasse e pensasse e cuidasse de saúde mental o ano inteiro, constantemente e diariamente, talvez a gente não precisasse chegar ao ponto que estamos, em uma sociedade onde grande parte sofre com transtornos mentais e com estatísticas elevadas de suicídio.”
Assim como dito pela especialista, se faz necessário a discussão sobre o assunto não somente em Setembro, mas sim a todo momento. Felizmente, várias pessoas se dispõem a ajudar durante todo o ano, por meio de centros e comunidades, como o Centro de Valorização à Vida (CVV) e a DPVS, que de acordo com Fernanda Pessanha, trabalham com a prevenção de doenças e com a promoção da saúde. Eles contam com uma equipe multidisciplinar e focando em assistência particular e prevenção e promoção em grupo remotamente.
Se você está precisando de ajuda para passar por uma situação como esta, ligue para o CVV, por meio do número 188, ou entre contato com a DPVS, em caso de servidores públicos, no endereço Rua Professor Marcos Waldemar de Freitas Reis, Bloco A, Térreo, Campus do Gragoatá. É importante estarmos unidos nesta luta contra o suicídio!  

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