Alô, Gragoatá!

Programa de Educação Tutorial: O programa que pauta ensino, pesquisa e extensão na UFF

Por: Maria Eduarda Goulart

O Programa de Educação Tutorial(PET), do Ministério da Educação(MEC), tem diversos grupos na Universidade Federal Fluminense, em seus mais diversos campi. Em novembro de 2024, foi formado o primeiro grupo de alunos do PET no curso de jornalismo da Universidade Federal Fluminense. Com a professora Rachel Bertol como tutora, a Rede Jornalismo UFF de Integridade da Informação pretende levar em consideração a transversalidade dos saberes da Universidade.

Segundo Rachel, “A nossa ideia é capacitar os nossos bolsistas para poderem dialogar com a sociedade, acho que um pilar do nosso projeto vai ser o diálogo, dentro da Universidade, dentro do nosso curso, do nosso Instituto e da Universidade para fora da Universidade e vice-versa”. Diante disso, o projeto objetiva também compor a vanguarda de combate à desinformação formada pelo MEC e agir em prol da saúde da democracia brasileira.

“A gente tem como objetivo trabalhar a questão da integridade da informação relacionada ao curso de jornalismo e a formação dos jornalistas, mas levando em conta que o jornalista é um profissional dialógico, que vai pra rua, que vai ao encontro das pessoas”.

Integrantes da Rede Jornalismo UFF de Integridade da Informação. Foto: [arquivo pessoal]

Mas afinal, o quê é o PET?

O PET é um programa criado pelo MEC ainda no século XX que visa aliar pesquisa, ensino e extensão no desenvolvimento de atividades acadêmicas, elevando a qualidade da formação acadêmica dos alunos de graduação. Os programas PET são estruturados com alunos bolsistas de iniciação científica e alunos não-bolsistas voluntários.

Atualmente, a UFF conta com 12 grupos PET, custeados pelo Ministério da Educação, e 9 grupos PROPET, custeados pelo PROGRAD. De acordo com Morgana Rodrigues, Interlocutora PET/PROPET UFF do PROGRAD, os grupos PROPET foram criados na gestão do professor Renato Crespo. O objetivo era ter grupos funcionando na universidade nos mesmos moldes do PET, para que, quando o MEC abrisse novos editais, tais grupos tivessem mais chances de serem contemplados.

No entanto, Luiz Mors, professor tutor do PROPET BioFronteiras, do curso de Biologia, explicou que a ligação ao MEC ou ligação ao PROGRAD não são as únicas diferenças entre os grupos PET e PROPET. “A principal diferença é recurso. Um PET tem as bolsas para os estudantes, bolsa para o tutor e um recurso que eles podem usar para tocar os projetos. O PROPET não, o PROPET tem somente as bolsas para os alunos”.

O grupo tutorado por Luiz Mors, que tem atualmente 4 alunos, todos bolsistas, foca em trabalhar em uma interseção entre a biologia e a sociedade, a partir do tema das Árvores Notáveis, principalmente de Niterói. As Árvores Notáveis são árvores com status especiais, reconhecidos pela cidade. No município fluminense, são 81 Árvores Notáveis, cujas histórias o grupo hoje tenta investigar e levar ao público geral. O processo de investigação da história de cada árvore é longo e passa por entender há quanto tempo a árvore está no local, se ela é ou não nativa, qual a história urbanística de onde ela está inserida, entre outros.

Apesar de não ser o único empecilho, a falta de recursos prejudica o principal objetivo do programa no momento: placas que marcam as árvores estudadas pelo grupo, com QR codes que direcionam aos textos escritos no PROPET BioFronteiras. 

Já o PET Economia UFF, criado por volta da década de 1990, é composto por 18 alunos, sendo que cerca de 12 são bolsistas. Segundo Pedro Rodrigues e Sofia Akamine, integrantes do grupo, o objetivo do programa é atuar no tripé da proposta do Programa de Educação Tutorial: pesquisa, ensino e extensão. Entre os projetos de extensão já existentes, está o de oficinas de Introdução à Economia em escolas e o envolvimento com o projeto de Moeda Social, do Banco Araribóia.

Já na linha de pesquisa, há por exemplo a de Teoria Marxista da Dependência, na qual apresentam, também, workshops sobre o tema. 

O PET Economia tem o jornal “Folha de São Domingos”, em geral com “giro de notícias” e artigos de opinião, abertos a alunos de todos os cursos. Há também o podcast “Cafezinho com o PET”, o “Cine PET”, além de outras oficinas internas e externas promovidas pelo grupo. Em 2024, o PET Economia foi responsável pela organização da Semana Acadêmica de Economia na UFF, além de alguns estudantes terem também mediado os debates do evento.

Integrantes do PET Economia na Mostra PET. Foto: @peteconomiauff(Instagram)

Sofia Akamine, bolsista, diz que participar do grupo gera muitos aprendizados para si. “Pra mim tem muito aprendizado. Somos um grupo de 18 pessoas, você conversa, aprende, troca… É bem legal essa troca de experiências”. Paulo Zonenschein, também participante do grupo, fala sobre as oportunidades que agregam sua vida acadêmica. “É muito legal que a nossa tutora já falou diversas vezes que o PET é muito livre. Se você quer algo pra fazer, você vai encontrar no PET esse espaço”.

Tanto o PROPET BioFroteiras quanto o PET Economia trabalham com sites e contas próprias no Instagram, nos quais divulgam seus projetos. Encontros entre grupos PET, tanto da mesma universidade quanto estaduais e nacionais ocorrem para troca de experiências e apresentações dos trabalhos desenvolvidos.

Além do PET Economia, funcionam na UFF também, por exemplo, o PET Engenharia Mecânica, PET Administração e o PET Geografia. Já entre os grupos PROPET, existem, o PROPET Fonoaudiologia, PROPET Medicina Veterinária e o PROPET Engenharia Química.

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