Alô, Gragoatá!

De cara nova: o projeto de revitalização de Niterói em comemoração aos 450 anos da cidade

Por Israel de Mendonça 

Obra no entorno do terminal no centro de Niterói, encosta sendo construída na comunidade da Igrejinha e rua asfaltada no bairro Maravista, respectivamente – Foto: Israel de Mendonça

A cidade de Niterói está passando por transformações significativas desde o ano passado, quando entrou em ação o projeto Niterói 450 anos que visa transformar a região para o seu aniversário, que acontece neste mês de novembro. Apesar da data comemorativa estar próxima, a previsão de conclusão dessas melhorias é somente em 2024.

A prefeitura da cidade possui um projeto de médio/longo prazo chamado “Niterói que Queremos”. Ele foi arquitetado no mandato do ex-prefeito niteroiense Rodrigo Neves no intuito de realizar grandes transformações na cidade ao longo de vinte anos. Através desse planejamento saiu do papel a obra do túnel Charitas-Cafubá em 2017, lembrando que o primeiro esboço do projeto foi no ano de 1943.

O projeto Niterói 450 anos, idealizado especialmente para a data comemorativa da cidade, dialoga diretamente com esse projeto inicial, pela realização de grandes mudanças na cidade e por estar dentro do tempo previsto do projeto “Niterói que queremos”, que prevê realizações de 2013 a 2033. De tempos em tempos, a prefeitura disponibiliza gratuitamente cartilhas de ações realizadas e planejamentos estratégicos no portal de planejamento da cidade. Sobre o projeto Niterói 450 anos, as atualizações do andamento das obras são feitas através do site da Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (EMUSA), envolvida em escândalos de corrupção no início do ano.

Viradouro

As obras realizadas na comunidade do Viradouro são tidas como moldes para a realização de obras em favelas niteroienses, até o momento, foram investidos mais de 40 milhões de reais nas favelas da zona sul da cidade. Morador de uma dessas comunidades, Lúcio Márcio viu de perto as transformações e comentou um pouco sobre o antes e depois dessa obra: “Caía bastante água, os canos estavam quebrados. A obra ajudou muita coisa, não tinha escada, não tinha corrimão, fizeram uma pracinha […]. Ficou bom, fizeram uma obra boa”.

O volume maior de obras na Viradouro aconteceu no ano passado, mas, segundo o relato do Lúcio, ainda há algumas coisas para serem feitas na comunidade. “Tem bastante coisa para ser feita […], o campo lá dentro ainda não terminou, ficaram de fazer uma quadra, também não fizeram”. Além disso, estava prevista para a comunidade a construção de uma plataforma digital, o espaço foi construído, mas ele está abandonado.

Vielas e escadas revitalizadas na favela do Viradouro – Foto: Israel de Mendonça

Maravista

Localizadas na Região Oceânica da cidade, os bairros Maravista e Serra Grande receberam obras de urbanização. Até o momento cerca de 69 ruas foram asfaltadas e o investimento é de 67,7 milhões de reais. “Era tudo de terra batida, era uma poeira só. A gente comia poeira, engolia poeira, depois que asfaltou melhorou muito”. Contou Ana Maria Muniz, moradora do bairro Maravista.

Até o momento, algumas ruas do bairro não receberam pavimentação, a exemplo da rua Alcendino Antônio da Silva. Roberto Peixoto, morador desta rua, disse: “[…] há um tempão que eles estão com essas obras aqui e até agora não fizeram nada aqui na rua quatorze […] a gente fica sentido devido ao problema que acontece aí na Região Oceânica”. Nos dois bairros ainda estão previstas a pavimentação de sete ruas, do total de 76 incluídas pela prefeitura. O encerramento das obras acontecerá no fim de novembro.

Rua Alcendino Antônio da Silva – Foto: Israel de Mendonça

Além disso, Dona Ana relata que já houve acidente na Avenida Professora Romanda: “[…] os carros e motos passam voando. Eu tenho um amigo que foi atropelado e levado ao hospital por outra pessoa porque quem atropelou não o socorreu”. Essa rodovia possui placas de sinalização ao longo dela, mas ela possui um tráfego considerável de veículos e não tem um sinal de trânsito para evitar acidentes.

Igrejinha e demais obras

Outra comunidade da Zona sul niteroiense é a Igrejinha, e diferentemente da Viradouro, as obras nesta comunidade só começaram neste ano e continuam em fase de conclusão. Agora, estão sendo construídas encostas no entorno da comunidade. Brevemente, a moradora Cintia de Oliveira falou sobre o tema: “Pelo menos deste lado melhorou bastante, vivia caindo”. A moradora relatou que a obra começou após muita reclamação e aparição da imprensa. Dona Cintia disse que a limpeza de córregos ainda não começou. 

Cerca de setenta pontos receberam obras de encostas em toda a cidade e, aproximadamente, quarenta delas já estão concluídas. O investimento de obras em comunidades niteroienses é de 330 milhões de reais com obras de encostas, drenagem de esgoto, espaço de lazer, e outros. Além das localidades já citadas, comunidades da Caixa D’Água, Cantagalo, Baldeador, Cavalão, Morro do Palácio e demais localidades já receberam ou ainda, conforme a prefeitura, serão contempladas com obras.

Encosta sendo construída na localidade da Igrejinha – Foto: Israel de Mendonça

O investimento financeiro de 30 milhões da prefeitura nos condomínios Poço Largo, localizado no Sapê, e Jardim das Palmeiras, no bairro Badu, também faz parte do projeto. Os imóveis seriam destinados para famílias que perderam suas casas em áreas de risco e passaram a receber o aluguel social. No entanto, dona Cintia disse que a obra no Poço Largo pararam: Eu estou para me mudar para o prédio lá no Poço Largo, aquilo está tudo caindo. Tiraram tudo, roubaram tudo, […], colocaram segurança há um tempo atrás e aí não roubaram mais. Mas não estão fazendo nada, estão nos enganando mais um ano”.

Centro

O centro da cidade de Niterói está passando por um grande processo de revitalização com investimento público apenas nessa área de aproximadamente 400 milhões de reais. Obras de pavimentação de ruas, calçadas e no Parque esportivo da Concha Acústica, no entorno da UFF, estão recebendo as mudanças nesse exato momento. No entanto, as obras nessa localidade só irão terminar após o aniversário da cidade.

As mudanças afetam todos que frequentam o centro da cidade, não apenas moradores do entorno e de Niterói, mas também pessoas do Rio de Janeiro, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e outras cidades.

“Está sendo ótimo porque estava muito largado, a infraestrutura muito ruim. Para você ver, o terminal está bem caído”.

Cristiane Menezes, moradora de Araruama

Revitalização da concha Acústica em São Domingos, Niterói – Foto: Israel de Mendonça

Política

As Obras vão acontecer no período de 2022 a 2024 e no próximo ano tem eleições municipais. Algumas personalidades já lançaram as suas pré-candidaturas, como, por exemplo, a deputada federal Taliria Petrone (PSOL) e Carlos Jordy (PL). O PDT está indeciso em qual candidato irá lançar. A dúvida paira entre Axel Grael, atual prefeito niteroiense, e o ex-prefeito e atual secretário executivo da prefeitura Rodrigo Neves.

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