Alô, Gragoatá!

Jorge Amado: restaurante popular oferece esperança e solidariedade em Niterói

Por Thaís de Souza Americano

Se você está com fome e só tem algumas moedas no bolso, há um lugar no centro de Niterói onde é possível tomar café da manhã por cinquenta centavos e almoçar por dois reais. O Restaurante Popular Jorge Amado tem sido uma das principais iniciativas de promoção à dignidade alimentar no município.

A história do restaurante

Em 2002, foi inaugurado o Restaurante Popular Jorge Amado, em Niterói, como parte de um projeto estadual. Ele foi um dos primeiros do estado e recebeu esse nome em homenagem ao escritor baiano que dedicou parte de sua obra à luta contra a fome e a desigualdade social no Brasil.

Durante anos, a unidade funcionou sob gestão do governo estadual, mas acabou fechando as portas por falta de repasses e estrutura.

A reabertura aconteceu em 2 de janeiro de 2017, já sob gestão da Prefeitura de Niterói, que municipalizou o restaurante. O então prefeito Rodrigo Neves escolheu a retomada do serviço como o primeiro ato oficial de seu segundo mandato. Desde então, o restaurante tem funcionado regularmente.

Frequentadores

Gilmar Queiroz de Paula, que faz as refeições no Restaurante Popular Jorge Amado há aproximadamente 1 ano, relata que o preço é o que o atrai. Segundo ele, almoçar no Jorge Amado impactou positivamente sua vida financeira.

Gilmar também relata que a maioria das pessoas que consomem as refeições ali, não podem pagar por um almoço em um outro restaurante, já que seus colegas de refeitório, em sua grande maioria, são trabalhadores informais da região, desempregados e pessoas em situação de vulnerabilidade social. Para ele, o restaurante tem um impacto social muito grande.

Já o José Fernando, frequentante há mais de cinco anos, discorre sobre a falta de variedade no cardápio, repetição constante de preparações e a necessidade da inclusão de opções para pessoas com DCNT’s – doenças crônicas não transmissíveis -, como o suco vir adoçado para indivíduos diabéticos. José Fernando relata não conseguir pagar por um outro restaurante para se alimentar, e de qualquer forma, é grato pelo restaurante.

Por último, a reportagem ouviu o Carlos Chagas, que faz suas refeições no restaurante desde a inauguração em 2002, por necessidade, mas que no geral “a comida é boa”.

A unidade funciona de segunda a sexta-feira, das 6h às 9h para o café da manhã, e das 11h às 15h para o almoço. Com capacidade para mais de dois mil atendimentos por dia, o espaço recebe principalmente trabalhadores informais, aposentados, pessoas em situação de rua e moradores de municípios vizinhos.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária (SMASES) que é responsável pela gestão do restaurante para solicitar autorização de visita ao local e contato com um representante da gestão do restaurante. No entanto, a resposta oficial para um possível agendamento só foi recebida na segunda-feira, dia da entrega desta matéria, o que inviabilizou a realização da visita no prazo previsto.

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